Se Sócrates Gerisse a Minha Casa!
Na minha casa existe, como em tantas outras casas por este país fora, a chamada economia doméstica. Por mês entra um determinado valor e em cada mês suportamos uns quantos encargos. Nenhum de nós sendo economista, os dois tentamos certamente ser bons gestores e garantir a existência de equilíbrio entre o dinheiro que entra e o que sai. A primeira regra é trabalhar. Trabalhamos muito e não gozamos de qualquer apoio social… não que tenhamos alguma coisa contra tais apoios mas, no nosso caso, não são precisos. A segunda regra é básica: os bolos que cozinhamos levam a farinha, o açúcar e os ovos que há na despensa…se der para um bolo de quilo óptimo, se der para um de meio quilo está bem na mesma mas… o que não fazemos é bolos com ovos dos outros ou açúcar emprestado.
É com estas duas simples regras que vamos gerindo a nossa vida e a da família, vivendo sempre abaixo das “eventuais possibilidades” que nos seriam facilmente concedidas por qualquer instituição bancária. Temos um carro para trocar que vai aguentar mais um anito… a nossa filha de 7 anos receberá um piano mas não antes de Janeiro de 2011 e, muito provavelmente, um piano digital e não um acústico. Faltam-nos ainda comprar umas quantas coisitas que, no meio de tudo que temos, efectivamente não fazem praticamente falta.
E se a minha casa fosse gerida por Sócrates? Não tenho dúvidas que o novo Volvo S60 Station Wagon já estaria na garagem em substituição do velhinho S60 que lá vive… a banca financiaria e nem sequer daríamos entrada… O Piano já teria sido comprado, provavelmente de cauda e nada menos que um Steinway & Sons - porque a aposta é na qualidade, modernidade e formação. Para os bolos não se contariam os ovos, haveria bolos todos os dias e nada frugais… se faltasse o açúcar ou a farinha, pedir-se-ia emprestado aos vizinhos mais abastados e logo se veria quando se pagaria e com que contrapartidas. Se fosse Sócrates o gestor cá da casa não teria uma empregada mas sim 3… uma para cozinhar; outra como bábá das crianças e uma terceira para passar a roupa a ferro e fazer as limpezas. Estou ainda convicto que uma quarta seria contratada e posta como governanta, provavelmente uma sua prima afastada e isto porque uma equipa não é equipa sem alguém "de confiança" que vigie e mande! Se fosse Sócrates a gerir a minha casa eu provavelmente já não teria casa, nem os meninos na música e no colégio, nem férias, nem alegria de viver… teria sim uma divida imensa para pagar e nenhuma hipótese de a liquidar sem roubar os outros.
Na realidade, isto foi nem mais nem menos o que Sócrates fez a este país: gastou até não poder mais e agora que os vizinhos dizem que temos que pagar o que pedimos emprestado para o festim, Sócrates coloca uma falsa expressão sofrida e dramática durante o prime time e rouba todos os Portugueses com uma leveza criminosa.
É com estas duas simples regras que vamos gerindo a nossa vida e a da família, vivendo sempre abaixo das “eventuais possibilidades” que nos seriam facilmente concedidas por qualquer instituição bancária. Temos um carro para trocar que vai aguentar mais um anito… a nossa filha de 7 anos receberá um piano mas não antes de Janeiro de 2011 e, muito provavelmente, um piano digital e não um acústico. Faltam-nos ainda comprar umas quantas coisitas que, no meio de tudo que temos, efectivamente não fazem praticamente falta.
E se a minha casa fosse gerida por Sócrates? Não tenho dúvidas que o novo Volvo S60 Station Wagon já estaria na garagem em substituição do velhinho S60 que lá vive… a banca financiaria e nem sequer daríamos entrada… O Piano já teria sido comprado, provavelmente de cauda e nada menos que um Steinway & Sons - porque a aposta é na qualidade, modernidade e formação. Para os bolos não se contariam os ovos, haveria bolos todos os dias e nada frugais… se faltasse o açúcar ou a farinha, pedir-se-ia emprestado aos vizinhos mais abastados e logo se veria quando se pagaria e com que contrapartidas. Se fosse Sócrates o gestor cá da casa não teria uma empregada mas sim 3… uma para cozinhar; outra como bábá das crianças e uma terceira para passar a roupa a ferro e fazer as limpezas. Estou ainda convicto que uma quarta seria contratada e posta como governanta, provavelmente uma sua prima afastada e isto porque uma equipa não é equipa sem alguém "de confiança" que vigie e mande! Se fosse Sócrates a gerir a minha casa eu provavelmente já não teria casa, nem os meninos na música e no colégio, nem férias, nem alegria de viver… teria sim uma divida imensa para pagar e nenhuma hipótese de a liquidar sem roubar os outros.
Na realidade, isto foi nem mais nem menos o que Sócrates fez a este país: gastou até não poder mais e agora que os vizinhos dizem que temos que pagar o que pedimos emprestado para o festim, Sócrates coloca uma falsa expressão sofrida e dramática durante o prime time e rouba todos os Portugueses com uma leveza criminosa.
André de Castro Silvestre
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