O Verão de 2010 teve todas as características do que se convencionou chamar silly season, no que à política portuguesa diz respeito.
Discussões estéreis em torno da aprovação ou não de um Orçamento de Estado que é fundamental para o futuro do país, tentativas desesperadas do Governo para utilizar tudo o que fosse possível para distrair os portugueses dos erros e incapacidades da governação do PS, o folhetim Carlos Queiros, a sentença do julgamento do caso da Casa Pia e tantos outros.
E agora, que supostamente se regressa à vida normal? O que ficou de substantivo para o país?
Fundamentalmente, 3 problemas:
1. Qual será a altura ideal para novas eleições? Deve o PSD forçar a saída do Governo mais incompetente das últimas décadas ou deixar que os péssimos resultados que aí vêm facilitem essa tarefa?
2. Há ou não condições para que os portugueses aceitem uma redução séria e significativa da intervenção pública na Sociedade e na Economia?
3. Qual o nível de sacrifício que ainda vai ser pedido aos portugueses? E qual o limite desses sacrifícios?
A resposta a estas questões terá de ser dada nos próximos meses, e sendo certo que o PS vem demonstrando que não vai ser capaz de dar as respostas correctas, o PSD tem ainda muito trabalho pela frente, nomeadamente começando por dentro, isto é, por ser capaz de consciencializar os seus próprios militantes de que os tempos de dificuldades se vão prolongar e que quando o PSD chegar novamente o poder, e vai chegar mais cedo ou mais tarde, terá sempre de ter a lucidez e coragem de perceber que vai ter de gerir muito mais as dificuldades e as “más noticias” do que oferecer desejos e sonhos de melhorias que não serão possíveis.
Fernando Miguel Pereira
Membro da Comissão Politica de Secção do PSD de Matosinhos
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